Já trabalho na área da saúde há 11 anos e venho prestando consultoria em hospitais desde julho/2007. Com este blog pretendo publicar os principais problemas que enfrento e também comentar sobre as principais notícias na área de saúde.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Dia mundial da saúde. O Brasil tem pouco a comemorar na saúde pública!
Infelizmente para aqueles brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), não existem motivos para comemorar.
Para quem assistiu o Globo Reporter na última sexta-feira (1º de Abril 2011) e também o Domingo Espetacular na Record (dia 03/04/2011 - Matéria sobre descaso com os idosos) viu o quanto estamos longe dos princípios doutrinários do SUS (Universalidade, equidade e integralidade no atendimento). Hospitais de norte a sul do país com condições deploráveis de atendimento, profissionais despreparados, dinheiro desperdiçado em construções e reformas que nunca saíram do papel, a remuneração da tabela praticada pelo SUS, falta de médicos são algumas das situações enfrentadas pela população que tem acesso a este serviço.
Apesar de, na teoria o CNES(Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) ter relacionados todos os médicos que atuam na instituição, as especialidades que eles atendem, os serviços que o hospital é habilitado a realizar, a carga horária de trabalho, entre outras coisas, este cadastro muitas vezes encontra-se desatualizado e as instiuições acabam "maquiando" as informações (como especialidade por exemplo) com o objetivo de não ter contas rejeitadas.
Este é o retrato da saúde pública, que, convenhamos, está feia na foto!
Para quem não viu as reportagens, segue abaixo um link com o resumo:
Globo Reporter
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2011/04/tratar-mal-pessoas-e-inadmissivel-afirma-secretario-nacional-de-atencao-saude.html
Domingo Espetacular - Descaso e desrespeito com idosos(um dos assuntos é a saúde pública)
http://noticias.r7.com/videos/veja-os-flagrantes-de-descaso-e-desrespeito-com-idosos-na-grande-reportagem/idmedia/f685e4314615bac1c8bc24a15d7f7508.html
terça-feira, 1 de março de 2011
CRIANDO NÚMEROS DE AIH/APAC VÁLIDOS
Sempre que vou realizar demonstrações sobre os módulos relacionados ao faturamento de AIH/APAC, tenho problema na geração de números válidos para criar exemplos. Diante disso, pesquisei nos manuais do SUS e na própria internet para entender como é gerado o dígito verificador dos números AIH/APAC e, dessa forma, conseguir eliminar este problema.
Para aqueles que têm dúvida ou estão desenvolvendo algum software que precise dessa rotina, vou explicar abaixo como proceder:
O número AIH/APAC é um código estruturado de 13 dígitos: Os dois primeiros dígitos referem-se ao código da UF (Unidade da Federação), de acordo com a tabela do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística). Esta tabela pode ser consultada pelo site: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=040206&item=3
Além da UF, as AIHs podem ser iniciadas com o código 99, que são AIHs específicas da CNRAC (central de Regulação de Alta Complexidade).
O terceiro e quarto dígitos são para identificar o ano da AIH. Exemplo: se ano da AIH =2010, então nesta posição teremos o número 10.
O quinto dígito é para identificar o tipo de código, que pode ser uma AIH, APAC, AIH para procedimentos de longa permanência. Este campo pode ter valores entre 1 e 5. O 1 identifica uma AIH normal, o 2 é para APACs, 3 é utilizado para códigos de procedimentos específicos da CNRAC, o 4 para APACs da CNRAC, e o 5 utilizado em alguns procedimentos de longa permanência na AIH.
As próximas sete posições devem ser um número seqüencial que pode ir de 0000001 a 9999999.
O último número é um dígito verificador, que vai de 0 a 9. Este dígito pode ser obtido com o seguinte processo:
Pegue o número da AIH e divida por 11, desprezando os valores depois da vírgula (divisão inteira).
Agora subtraia o número da AIH pelo número obtido na operação anterior (divisão).
Desse número, considere apenas o último dígito. Este será o dígito verificador.
Exemplo:
Número AIH: 350810000001
Dividindo por 11 = 31891818181
Subtraindo o número AIH do resultado da divisão (350810000001-31891818181) =318918181820
Considerando apenas o último dígito da operação anterior= 0
Sendo assim, o dígito verificador é 0. O número completo dessa AIH é 3508100000010
Vale lembrar que existem outras consistências a serem verificadas antes de procurar o dígito verificador:
Se número da AIH (sem o dígito) tem 12 caracteres;
Se código da Unidade da federação que está sendo utilizado é valido, de acordo com a tabela do IBGE;
Se o ano está entre 1 e 12;
Se o tipo está entre 1 e 5, considerando que a rotina valide também números de APAC
Para quem quiser verificar se o número realmente é válido, basta acessar o programa SISAIH01 ou APAC, disponível no site do DATASUS e verificar se o programa gera alguma inconsistência.
Por enquanto é só a explicação. Nos próximos posts vou disponibilizar um programa que calcula ou valida um número de AIH/APAC.
Abaixo minhas fontes de pesquisa:
http://www.saude.sp.gov.br/resources/gestor/acesso_rapido/auditoria/sih.ppt
http://w3.datasus.gov.br/sihd/Manuais/Manual_SIH_Maio_2010.pdf
Até a próxima!
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
SaudeBusinessWeb - Whitepapers - Materiais para estudo
Para baixar esses materias (em formato .pdf) é necessário se cadastrar no site. Para quem tiver interesse o endereço se encontra logo abaixo:
http://www.saudebusinessweb.com.br/whitepapers/
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Para os manuais de internação (AIH), acessem o link:
http://w3.datasus.gov.br/SIHD/index.php?area=0303
A última versão do manual técnico que encontrei é de setembro/2010
Para os aplicativos SIA (BPA, APAC e FPO):
http://w3.datasus.gov.br/siasih/siasih.php?area=6638A4B10076C1D0E0F6638G401HIJd1L51M0N&VInclude=../site/texto.php
Contudo, é sempre bom consultar os sites do datasus para verificar novas atualizações.
http://sihd.datasus.gov.br
http://siasih.datasus.gov.br
Espero que ajude!
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Erro na administração de medicamentos
É comum encontrarmos na mídia em geral matérias sobre erros de administração de medicamentos que, infelizmente, tem como conseqüência a morte do paciente.
Um caso recente, de grande repercussão aconteceu no Hospital São Luiz Gonzaga, em São Paulo. A enfermeira confundiu soro com vaselina e acabou aplicando o produto na veia da paciente Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, que não resistiu.
Apesar de acreditar que realmente a enfermeira tem sua parcela de culpa, é claro que se analisarmos mais detalhadamente a situação, fica fácil perceber que foi um erro em cadeia: no armazenamento, na separação, dispensação e na administração.
A primeira coisa que fica clara é que os medicamentos ficam em algum armário e fica a cargo dos enfermeiros ir até ele e separar o que é necessário. Outra falha grave é a forma de armazenamento dos produtos, já que soro e vaselina estavam no mesmo lugar e com frascos muito parecidos.
Infelizmente o controle do medicamento desde a sua solicitação até a administração efetiva ainda parece uma coisa futurística na maioria dos hospitais do país.
Se o processo de pedido, separação, dispensação e administração fossem controladas de forma eletrônica, essa morte poderia ter sido evitada: já existem vários sistemas e equipamentos que permitem o controle desse processo: se o médico prescrever de forma eletrônica e a farmácia separar os medicamentos por paciente, seria possível realizar a checagem (por código de barras, por exemplo) para confirmar que aquele medicamento é realmente daquele paciente e deve ser administrado no horário correto.
Pesquisei sobre erros na administração de medicamentos e encontrei alguns links interessantes. Quem quiser conferir:
http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=74893
http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=70560